Sérvia quer julgar <br>ex-primeiro-ministro kosovar

A Re­pú­blica da Sérvia pre­tende que as au­to­ri­dades gau­lesas ac­tuem «em con­for­mi­dade com o Es­tado de di­reito» e ex­tra­ditem o ex-pri­meiro-mi­nistro do Ko­sovo, de­tido em França no âm­bito de uma man­dato de cap­tura in­ter­na­ci­onal emi­tido pela jus­tiça sérvia através da In­terpol. Ra­mush Ha­ra­dinaj foi ili­bado duas vezes pelo po­lé­mico Tri­bunal Penal In­ter­na­ci­onal para a ex-Ju­gos­lávia (TPIJ), mas Bel­grado en­tende que os fran­ceses não podem «guiar-se pelas suas po­si­ções po­lí­ticas» mas pelas normas em vigor. Ame­açam mesmo aplicar com re­ci­pro­ci­dade o mesmo cri­tério «po­lí­tico» caso Paris se re­cuse a ex­tra­ditar o ko­sovar, acu­sado pela Sérvia, entre ou­tros crimes, de ser di­rec­ta­mente res­pon­sável pelo mas­sacre de pelo menos 60 civis nos anos 90.

O go­verno do Ko­sovo, por seu lado, pre­tende que Ra­mush Ha­ra­dinaj seja ime­di­a­ta­mente li­ber­tado, mas os sér­vios in­sistem que o in­di­víduo que antes de ser chefe do go­verno em Pris­tina, entre 2004 e 2005, foi um dos mais altos res­pon­sá­veis do Exér­cito de Li­ber­tação do Ko­sovo (UÇK), no­me­a­da­mente pelo es­qua­drão da morte de­no­mi­nado «Águias Ne­gras», tem de ser le­vado a jul­ga­mento.

O di­fe­rendo está a pro­vocar tensão entre o Ko­sovo e a Sérvia de­pois do de­sa­nu­vi­a­mento al­can­çado em 2013 sob a égide da União Eu­ro­peia, isto apesar de Bel­grado con­ti­nuar a não re­co­nhecer a in­de­pen­dência ko­sovar. O pre­si­dente da Re­pú­blica da Sérvia foi mesmo obri­gado a can­celar uma vi­sita a uma ci­dade de mai­oria sérvia na­quele ter­ri­tório, pre­vista para estes dias no âm­bito da ce­le­bração do natal or­to­doxo.

Já na Bósnia Her­ze­go­vina, as ten­sões são entre os ór­gãos de poder em Sa­ra­jevo e as au­to­ri­dades da Re­pú­blica Sérvia da Bósnia. Em causa está a ce­le­bração do dia na­ci­onal desta úl­tima, fun­dada a 9 de Ja­neiro de 1992 e di­ri­gida por Ra­dovan Ka­radzic, en­tre­tanto jul­gado e con­de­nado pelo TPIJ. As au­to­ri­dades bós­nias e as mais in­flu­entes fi­guras po­lí­ticas da fe­de­ração croato-mu­çul­mana de­fendem que a festa re­a­li­zada pelos sér­vios na ca­pital Banja Luka é proi­bida pelos acordos de paz e pela cons­ti­tuição, mas estes afirmam que nunca re­nun­ci­arão à sua iden­ti­dade.

 



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